A sessão extraordinária da Câmara Municipal de Avaré, realizada nesta segunda-feira (1º), terminou em tumulto. Um munícipe foi retirado à força do plenário após protestar contra o projeto que prevê o reajuste dos subsídios dos vereadores para a próxima legislatura.
O texto em análise estabelece remuneração de cerca de R$ 11 mil para os parlamentares e R$ 13 mil para o presidente da Casa a partir de 2029. A votação provocou reação imediata do cidadão Vinicius Berna, que se exaltou após a fala do vereador Everton Machado e interrompeu os trabalhos legislativos.
O presidente da Câmara, vereador Cabo Samuel Paes, pediu que Berna se acalmasse. Como o pedido não foi atendido, Paes determinou a retirada do manifestante e acionou servidores do Legislativo. O momento da intervenção deu início a uma confusão generalizada.
Segundo a presidência da Câmara, Berna teria agredido funcionários com socos quando estes tentaram retirá-lo. Diante do tumulto, o próprio presidente, acompanhado de outras pessoas presentes, entre elas o sargento da PM Cromec, interveio para imobilizar o cidadão, que acabou carregado para fora do prédio.
Após o episódio, Cabo Samuel Paes subiu à tribuna e afirmou ter agido como policial militar para “restabelecer a ordem pública” e garantir a segurança dos servidores.
“Como presidente desta Casa, eu vou sempre garantir a segurança de todos. Se for necessário o uso da força para restabelecer a ordem pública, assim o farei. Após desferir socos contra o colaborador desta Casa de Leis, fomos obrigados a intervir para imobilizar o cidadão que tumultuava a sessão”, declarou.
O vereador ressaltou que manifestações pacíficas são permitidas, mas que agressões não serão toleradas. Ele negou que tenha havido violência por parte da equipe: “Não houve sequer um soco desferido. O cidadão foi apenas imobilizado e retirado. Aqui não tem espaço para baderna”, concluiu.
A versão do munícipe
Nas redes sociais, Vinicius Berna divulgou sua versão. Ele admitiu ter se exaltado ao ouvir sobre o aumento de subsídios “em meio à crise econômica que atinge a população de baixa renda”.
“Confesso que, no momento em que vi essa matéria, me revoltei. A pessoa ganhando salário mínimo sem reajuste real, sem poder de compra… Esse projeto me revoltou de verdade”, afirmou.
Sobre a suposta agressão, Berna negou ter atacado funcionários intencionalmente. Disse que apenas tentou se desvencilhar quando tentaram tocá-lo e declarou ser praticante de Krav Maga, afirmando que, se tivesse a intenção de agredir, teria usado técnicas específicas o que, segundo ele, não ocorreu. O munícipe exibiu arranhões no braço e disse que passaria por exame de corpo de delito.
Ele também criticou duramente os vereadores: “Eles deveriam ter vergonha na cara de aprovar um reajuste desses”.
Desdobramentos policiais
O tumulto resultou em boletins de ocorrência registrados por ambas as partes. Vinicius Berna procurou a polícia para relatar sua versão. Em seguida, o presidente Cabo Samuel Paes e os funcionários supostamente agredidos também compareceram ao Plantão Policial.
Por envolver um vereador e ocorrer dentro de um prédio público, o caso será investigado pela Delegacia Seccional de Polícia Civil de Avaré, que vai apurar as responsabilidades e analisar as alegações de agressão e perturbação dos trabalhos legislativos.
Fonte: A Voz do Vale
Vídeo: A Comarca
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