Fraudes tinham como vítimas idosos e correntistas enganados por falsas centrais de atendimento
A Polícia Civil de Avaré, por meio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), deflagrou nesta quinta-feira, 4 de setembro, a Operação Veritas, que resultou na prisão preventiva de dois investigados e no cumprimento de mandados de busca e apreensão domiciliar em São Paulo, Mauá, Santo André e São Bernardo do Campo. A ofensiva, que contou com o apoio do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE) e mobilizou dezenas de policiais civis de diferentes unidades da Seccional de Avaré, teve como objetivo reunir provas para instruir o inquérito que apura um grupo criminoso especializado em fraudes bancárias virtuais.
Foram presos um homem de 30 anos, residente em Santo André, e uma mulher de 22 anos, moradora de São Paulo, na região da Cidade Tiradentes. Eles são apontados como integrantes ativos da organização criminosa e desempenhavam papéis distintos no esquema, que se estruturava desde o contato inicial com as vítimas até a manipulação dos valores ilícitos. No total, seis investigados já foram identificados pela DIG como participantes do grupo, todos moradores da região do ABC.
As investigações, conduzidas de forma minuciosa e detalhada ao longo de meses, tiveram início em Avaré após o registro de um caso em fevereiro de 2025, quando uma vítima foi induzida a acreditar que precisava cancelar uma compra fictícia e acabou transferindo R$ 3,4 mil para os criminosos. A fraude foi realizada por meio de ligações e chamadas de vídeo em aplicativo de mensagens, nas quais os golpistas utilizaram perfis falsos com imagens de supostos funcionários de instituições financeiras.
Outros episódios confirmaram a atuação articulada da quadrilha. Em novembro de 2024, uma vítima sofreu prejuízo superior a R$ 60 mil após ser convencida a fornecer dados sigilosos. Em março de 2025, uma idosa foi mantida sob forte pressão psicológica e chegou a alterar as configurações de seu celular a pedido dos criminosos, o que a impediu de receber ligações externas enquanto eles realizavam movimentações financeiras. Em abril, outro caso resultou em prejuízo de R$ 15 mil, com perfis falsos rastreados até conexões de internet instaladas no ABC. Já em maio, um homem foi induzido a permanecer quase 20 minutos em ligação com uma falsa atendente bancária e acabou transferindo mais de R$ 8 mil.
Durante o cumprimento dos mandados, além das prisões, foram apreendidos celulares, chips, computadores, anotações e outros materiais utilizados na prática criminosa. Todo o material será periciado, devendo reforçar as provas já colhidas e ampliar a responsabilização dos envolvidos. As equipes da DIG de Avaré, do 1º Distrito Policial da cidade e das unidades de Itaí, Piraju e Taguaí concentraram-se às 5h na sede do DOPE/GARRA, em São Paulo, onde receberam as instruções finais e as designações de missão antes da execução da operação.
A investigação, coordenada pelos delegados de polícia Adriano Leite de Assis e Claudinei Camargo Ferreira, revelou que o grupo utilizava técnicas de engenharia social, perfis falsos em aplicativos de mensagens e chips cadastrados em nome de terceiros, dificultando o rastreamento policial e aumentando a eficácia dos golpes. Para a Polícia Civil, a sofisticação dos métodos empregados evidencia a necessidade de constante modernização das técnicas investigativas, bem como da integração entre unidades do interior e da capital.
O delegado Adriano Leite de Assis destacou: “Estamos diante de um grupo criminoso estruturado, que utilizava tecnologia e manipulação psicológica para enganar suas vítimas. A deflagração da Operação Veritas demonstra a capacidade técnica da Polícia Civil em identificar, localizar e colher provas contra estes criminosos. Foi um trabalho minucioso e que exigiu dedicação intensa da nossa equipe.”
As apurações prosseguem para identificar outros possíveis envolvidos e dimensionar a extensão dos prejuízos causados. A Polícia Civil reforça a orientação para que a população esteja atenta a contatos telefônicos e chamadas de vídeo que simulem centrais de atendimento bancário, prática cada vez mais comum entre grupos especializados em estelionato virtual.
Setor de Comunicação Social da Delegacia Seccional de Polícia de Avaré
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