Uma avareense está fazendo bonito no mundo da luta e está em busca de um contrato com o UFC, a maior organização de MMA do mundo. Aos 25 anos, a lutadora Cláudia Leite, nascida em Avaré vai enfrentar a americana Hailey Cowan num confronto peso-galo (até 61 kg) no Contender Series, em Las Vegas nesta semana. Numa entrevista exclusiva ao Combate, ela já explica que qualquer semelhança com a cantora é mera coincidência e, de fato, é o seu nome. Não tem apelido por qualquer outro motivo.
– Meu pai se chama Cláudio Roberto Leite, daí as pessoas acham que é por causa da cantora, mas não, é por causa dele. Aqui não tem nada de cantora, é só o nome que é igual mesmo. Sou Cláudia de Fátima Pereira Leite, mas tem gente que não acredita, que acha que estou imitando a cantora. Só o nome que é igual, porque o dinheiro que é bom… (risos).
Após os três primeiros episódios desta temporada do Contender, Vinícius Salvador foi o único a conseguir o contrato dentre cinco brasileiros que lutaram. Claudia Leite promete uma guerra para impressionar Dana White.
“Assisti o episódio dessa semana pensando: “meu Deus, daqui a duas semanas sou eu. Tenho que impressionar o cara”. Não tenho só que ir lá e ganhar, tenho que ganhar bem. Por isso que quero fazer uma guerra. Se tiver que perder que seja numa guerra, e não só ir lá e fazer uma luta para ganhar. Ali tem que ter coração, tem hora que não tem que ter técnica, tem que ter coração. Daí a gente fica: “quero que ele tenha essa expressão (de surpresa)”, disse .
Claudia começou no mundo das lutas depois de se aventurar no handebol. Aos 16 anos, ela conheceu o muay thai e passou a treinar, mas sem pretensões profissionais. O hoje marido Alex Martins era seu professor e ali iniciaram a parceria. Claudia ainda demorou a ingressar no jiu-jítsu e depois no MMA, mas chegou uma hora que não tinha mais como evoluir em Avaré. Foi quando veio a mudança para Balneário Camboriú há dois anos, onde hoje treina na Astra Fight.
“Lá na minha academia (em Avaré) o forte era o jiu-jítsu e a galera saía para competir com pano. Daí eu tinha que ficar buscando por fora, eu e Alex, ou eu e algum amigo da academia que se propunha a me ajudar. Só que todos os meninos eram grandes, não tinha nenhum do meu peso. Eu treinava grade quando ia lutar, infelizmente nunca teve estrutura, até porque só eu que lutava MMA na época (…). (A mudança veio) numa das lutas que não consegui bater o peso. Meu empresário é o (Marcelo) Brigadeiro, dono da Astra. Uns dias antes, o Alex falou: “tu vai ter que ir para outro lugar. Consegui te trazer até aqui, não consigo mais do que isso”. Além de professor, ele é policial militar, então ele tinha que ficar se desdobrando. Deu uns 15 dias e o mestre Brigadeiro falou comigo: “Olha, Clau, se é isso realmente que tu quer para sua vida, aí não é o lugar certo, tu não vai conseguir. Vem para Balneário, fica na minha casa”. Fiquei um tempo na casa dele com a esposa e os filhos. Com 15 dias mudei toda a minha vida, larguei tudo lá (em Avaré), vim atrás de alguma coisa que nem sabia se daria certo ou não, mas vim”, explica.
Sobre a notícia de que teria uma chance de entrar no UFC, Cláudia lembra bem o momento e a emoção que sentiu e que compartilhou com a família.
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